Visita do Ministro da Defesa de Portugal
a Moçambique.
O ministro da Defesa, Gomes Cravinho,
reúne-se nesta quarta-feira, em Maputo, com o homólogo moçambicano, Jaime Bessa
Neto, no âmbito de uma "visita de trabalho" sobre a cooperação
bilateral nesta área e as relações entre Europa e África.
João Gomes Cravinho estará em Moçambique
até sexta-feira, a convite do homólogo, com quem se reunirá na capital, Maputo,
no primeiro dia da "visita de trabalho", indica uma nota do
Ministério da Defesa Nacional.
A visita visa "abordar a Cooperação
no Domínio da Defesa (CDD) existente entre os dois países, no âmbito da
negociação de um novo Programa-Quadro", adianta o Ministério da Defesa na
mesma nota, sublinhando que o Acordo de Cooperação Técnica no Domínio Militar
entre Portugal e Moçambique foi assinado, nesta mesma data, em 1988.
Outro dos temas em análise no encontro,
acrescenta, será "a prioridade conferida pela Presidência Portuguesa do
Conselho da União Europeia (PPUE), que se iniciará em janeiro de 2021, ao
estreitamento das relações no domínio da segurança e defesa entre a Europa e
África". A última visita de um ministro da Defesa
português a Moçambique realizou-se em fevereiro de 2018, sendo na altura o
titular da pasta Azeredo Lopes.
Questionado pelos jornalistas há duas
semanas, João Gomes Cravinho admitiu a possibilidade de Portugal enviar forças
militares para ajudar Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, em
função do que as autoridades daquele país pretendam, destacando a experiência
das Forças Armadas portuguesas na área da formação, incluindo naquele país.
"Portugal está disponível.
Moçambique é um país irmão, da CPLP (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa), um país com o qual sentimos grande proximidade e estamos
obviamente sempre disponíveis. Em primeira linha, compete às autoridades moçambicanas
estabelecer aquilo que entendem por útil. Portugal está completamente disponível",
disse Gomes Cravinho.
"Há também um diálogo com a União
Europeia (UE) e, havendo uma missão da UE, naturalmente Portugal participaria,
mas temos a nossa cooperação bilateral, que continuará e será seguramente
reforçada neste âmbito", concluiu.
A província onde avança o maior
investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há
três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser
reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.